Na semana em que se comemoram os dias da abelha (20 de maio) e do apicultor (22 de maio), exemplos da produção de mel em assentamentos da reforma agrária e território quilombola de Santa Catarina mostram os benefícios e desafios da atividade, que está intimamente relacionada à consciência ecológica.
No município de Campos Novos, no primeiro Território Quilombola titulado pelo Incra, agricultores organizados na Associação de Produtores Rurais Quilombolas da Invernada dos Negros (Aproquin) têm buscado ampliar e aprimorar a atuação na apicultura.
Fábio Souza, presidente da Aproquin, explica que para impulsionar a atividade, o grupo de produtores contou com recursos de emendas parlamentares, capacitações e apoio técnico de órgãos como a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Começamos há cerca de dois anos, comprando os kits para produção, e foi bem aceito. São cerca de 45 famílias trabalhando com o mel e nossa intenção é ser referência”, conta.
A produção de mel silvestre é realizada por famílias que já atuam na apicultura há décadas e também por novatos, totalizando cerca de 200 caixas, produzindo 20 quilos cada. Matheus Marques é um dos que ingressaram na apicultura e vê a atividade como um bom complemento de renda. “A atividade se encaixa bem ao perfil da nossa comunidade, com áreas pequenas, de morro e matas preservadas. Vejo que daqui a uns dois anos vou poder estar vivendo só dessa atividade, que já me ensinou muito. O apicultor não destrói a natureza porque sabe o valor que ela tem de pé. Essa consciência eu não tinha e depois de começar a trabalhar com a apicultura sei que a árvore tem que ficar em pé”, conclui.