Família de Campos Novos supera diagnóstico de hidrocefalia

Pequeno Guilherme é exemplo de superação.

A história do pequeno Guilherme Lucca Wilpert, que mora com os pais no distrito do Ibicuí, em Campos Novos, é marcada por superação, fé e muito amor. Desde a gestação, ele enfrentou grandes desafios por conta de um diagnóstico de hidrocefalia. Hoje, após cinco cirurgias e meses de acompanhamento, Guilherme está bem e se desenvolve como qualquer bebê da sua idade.

Os pais, Danielle Camassola Wilpert e Alexandre Augustinho Wilpert, lembram com emoção de cada etapa dessa jornada da descoberta da condição à recuperação. A gravidez foi planejada e os primeiros exames indicavam que tudo estava normal. Porém, durante a gestação, Danielle contraiu citomegalovírus, o que trouxe preocupação. A princípio, o vírus poderia não causar nenhuma alteração, mas infelizmente acabou afetando o desenvolvimento do bebê.

A suspeita de hidrocefalia surgiu no segundo ultrassom morfológico, quando a médica notou um acúmulo de líquido na cabeça do bebê. O susto foi grande, mas veio também um alívio: fora isso, todo o restante estava normal. A busca por um especialista começou logo. Pelas redes sociais, a família conheceu o neurocirurgião pediátrico Dr. Alexandre Casagrande Canheu e decidiu que Guilherme seria acompanhado por ele.

PLANOS E FOCO NO TRATAMENTO

Com o acompanhamento à distância, os pais começaram a se organizar para o parto em Londrina (PR), cidade onde o médico atua. Com o apoio do doutor, encontraram também um obstetra de confiança e aram a fazer ultrassons semanais para monitorar a evolução da hidrocefalia. O momento foi ainda mais desafiador porque, ao mesmo tempo, o sogro de Danielle iniciou um tratamento contra o câncer e a família precisou se afastar do sítio onde vive, deixando tudo sob os cuidados de parentes.

O nascimento de Guilherme foi emocionante. “Foi perfeito, maravilhoso. Ele é nosso sonho”, lembra a mãe. No dia seguinte ao parto, o bebê já ou pela primeira cirurgia para colocação da válvula que drena o excesso de líquido. A recuperação foi boa e a família voltou para casa cheia de esperança.

COMPLICAÇÕES E NOVAS CIRURGIAS

Um mês depois, Guilherme teve febre e foi diagnosticado com infecção urinária. Após a alta, os pais notaram que a cabeça dele estava crescendo mais do que o normal. Decidiram voltar para Londrina e lá descobriram que a válvula havia sido infectada. Guilherme foi internado novamente, ou 15 dias no hospital usando derivação externa, antibióticos, transfusão de sangue e enfrentando dificuldades diárias. “Ele perdia veia todo dia, teve que usar o central, mas mesmo assim mamava, sorria e mostrava força”.

No total, Guilherme ou por cinco cirurgias. A família precisou permanecer em Londrina por quase três meses, entre idas e vindas. A cada tentativa de ajuste da válvula, voltavam para Campos Novos com esperança, mas acabavam precisando retornar. Quando os recursos acabaram, surgiu a ideia de fazer uma vaquinha online. A repercussão foi tão grande que a ajuda chegou rapidamente, com apoio de pessoas de várias cidades.

CIRURGIA E RECUPERAÇÃO

A última cirurgia foi a mais delicada: coagulação do plexo coroide, uma técnica para reduzir a produção de líquor no cérebro. “A infecção anterior tinha bagunçado tudo. Ele produzia muito líquor e a válvula não dava conta. Fizemos a cirurgia com fé de que resolveria. E resolveu”.

O pós-operatório foi mais difícil, com um período na UTI, mas logo Guilherme começou a reagir bem. Hoje, com 8 meses, ele faz fisioterapia, fonoaudióloga, terapia ocupacional e reflexoterapia. Já firma o pescoço, senta com apoio, sorri, balbucia e interage bastante, tudo o que se espera de um bebê da idade dele.

ROTINA, CUIDADOS E FUTURO

O acompanhamento com o neurocirurgião continua a cada quatro meses, além de pediatra. As terapias seguem até que Guilherme atinja todos os marcos de desenvolvimento. Ele está fazendo o desmame de uma medicação preventiva para convulsões e, agora, a família comemora a volta à rotina em casa.

Danielle e Alexandre destacam que a fé, o apoio da família, a união do casal e a confiança no médico foram fundamentais. “Estivemos juntos o tempo todo. E Deus nunca nos abandonou”, dizem.

Para famílias que estão ando pela mesma situação, eles deixam uma mensagem: “O diagnóstico não é o fim. Sempre há o que fazer. É importante buscar um especialista e agir o quanto antes. E nunca perder a fé”.

*Reportagem publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1872 de 03 de Abril de 2025.

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