Sargento Joanir da Silva: 26 Anos de dedicação ao Corpo de Bombeiros Militar de Campos Novos

Uma história de serviços a comunidade e exemplo para a sociedade.

No mês de fevereiro, o Corpo de Bombeiros Militar de Campos Novos realizou uma solenidade no quartel da corporação para celebrar marcos importantes da instituição.

O evento contou com a formatura de novos bombeiros comunitários, a entrega de viaturas e medalhas, e também a agem do Sargento para a reserva remunerada, após 30 anos de carreira.

A equipe do Jornal O Celeiro teve a oportunidade de conversar com o Sargento, que compartilhou sua trajetória de vida, momentos marcantes de sua carreira e planos para o futuro.

Com 26 anos de serviço dedicados ao Corpo de Bombeiros Militar de Campos Novos, o Sargento iniciou sua carreira na corporação em 1994. Desde criança, sonhava em ser bombeiro, um desejo comum a muitos, mas que se concretizou de forma inesperada.

Durante sua adolescência, trabalhou em um sítio em Curitibanos. Aos 16 anos, ingressou no seminário em Campos Novos e, posteriormente, foi para Casca, no Rio Grande do Sul.

Aos 18 anos, se alistou no Exército Brasileiro, servindo na Guarda Presidencial em Brasília por um ano. Após esse período, retornou à casa dos pais em Curitibanos, onde trabalhou no comércio por quatro anos. Em 1994, surgiu a oportunidade de prestar concurso para o Corpo de Bombeiros. Incentivado por um primo, que já era bombeiro, decidiu tentar a vaga.

Após ser aprovado no concurso, estava em casa, cansado após uma noite de trabalho, quando foi surpreendido pelo aviso de seu primo sobre a convocação. Correu para o quartel e, felizmente, foi selecionado.

Após completar o curso de formação, foi designado para Curitibanos, onde permaneceu por quatro anos. Em 1999, foi transferido para Campos Novos a convite do sargento Alup, para ajudar na criação e estruturação do Corpo de Bombeiros local.

Na época, a corporação ainda estava em seus primeiros os, com poucas viaturas e materiais, e um time formado por pessoas de diferentes áreas, mas sem formação específica. O desafio era grande, mas a equipe conseguiu iniciar os trabalhos de emergência na cidade, com a primeira sede funcionando na antiga Rodoviária de Campos Novos.

Inicialmente, acreditou que ficaria na cidade por dois anos, mas a acolhida da população foi tão calorosa que acabou permanecendo. E já se aram 26 anos.

Ao longo de sua carreira, Joanir se destacou especialmente no Atendimento Pré-Hospitalar (APH), área que sempre o cativou. Iniciou sua trajetória como socorrista, ou a chefe de socorro e, ao longo dos anos, foi promovido. Sempre em busca de novos conhecimentos, se especializou constantemente para melhorar sua atuação.

Aos 54 anos, reflete sobre a escolha de ter ficado em Campos Novos, ao invés de buscar promoções na capital do estado, Florianópolis.

“Quando meu filho nasceu, sabia que a decisão de ir para Florianópolis significaria ficar longe dele por um longo tempo. Decidi ficar aqui, perto de minha família, e não me arrependo”, comentou.

Ao longo de sua carreira, atuou em diversas áreas, começando com resgates subaquáticos nos primeiros anos, e, com o tempo, direcionando seu foco para o resgate veicular. Essa transição lhe permitiu salvar muitas vidas em acidentes, ampliando seu campo de atuação e sempre se preparando para enfrentar os desafios que surgiam.

Entre os momentos mais difíceis de sua carreira, um acidente na Barra do Leão, que vitimou três meninas, o marcou profundamente.

“A dor das famílias e a cena do acidente sempre ficam na memória. A sensação é ainda mais forte quando se trata de crianças, nos fazendo lembrar de nossos próprios filhos”, conta.

Para lidar com o impacto emocional de sua profissão, encontrou um refúgio no ensino. Durante anos, trabalhou na Autoescola Padrão em Campos Novos, compartilhando seus conhecimentos sobre como agir em situações de emergência. Isso lhe permitiu manter o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Sempre procurando separar o que acontecia no quartel da vida pessoal.

Agora, já na reserva, ainda sente que tem muito a oferecer.

“Não consigo me imaginar apenas descansando. Acredito que tenho energia para continuar contribuindo com a sociedade. A aposentadoria não é uma preocupação no momento, pois cuido da minha saúde e me mantenho ativo”, afirmou.

Ele também deixa um conselho para os jovens que sonham em seguir a carreira de bombeiro:

“Estudem! A profissão exige dedicação, amor e muito estudo. Não se trata apenas de estabilidade ou salário, mas de fazer a diferença na vida das pessoas. Isso é o que me motiva até hoje” finaliza.

*Reportagem publicada na Edição 1869 de 13 de março de 2025.

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