Os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Hugo Motta(Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente, assumiram o comando das Casas Legislativas neste sábado (1º) e deram sinais claros sobre as pautas que irão nortear suas gestões até 2027.
Em seus discursos de posse, ambos enfatizaram a defesa da independência do Legislativo, a importância da harmonia entre os Poderes e a imposição do pagamento das emendas parlamentares, que são recursos do Orçamento da União destinados a deputados e senadores para ações nos estados e municípios.
Motta e Alcolumbre são de partidos do Centrão e ganharam com ampla margem de votos, em um sinal de que as duas casas do Congresso serão comandadas por políticos que não se alinham necessariamente nem com governo nem com oposição.
Congresso forte e independente
O tom de independência marcou os discursos de Alcolumbre e Motta. O novo presidente do Senado destacou que a Casa precisa agir com coragem, ainda que isso signifique enfrentar pressões externas.
“O Brasil clama por pacificação, por um ambiente de respeito e cordialidade, onde as diferenças sejam vistas como oportunidades de crescimento”, disse Alcolumbre. “Pensar e agir no sentido de facilitar a vida do cidadão, dando mais oportunidades, mais liberdades, mais sonhos. Por vezes, isso nos exigirá um posicionamento corajoso perante o governo, o Judiciário, a mídia ou o mercado. Nem sempre agradaremos a todos”, completou.
Motta, por sua vez, fez um discurso ainda mais incisivo em defesa do parlamento como pilar da democracia. Ele citou o ex-deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte de 1988, e reforçou a necessidade de fortalecer o Congresso.
“Não existe ditadura com parlamento forte. O primeiro sinal de todas as ditaduras é minar e solapar todos os parlamentos. Por isso, temos de lutar pela democracia”, afirmou, destacando ainda a necessidade de uma imprensa livre e independente.