Ninguém gosta de itir, mas todo mundo já chegou perto de cair em um golpe. Alguns escapam no último segundo. Outros só percebem quando já é tarde demais. E quando isso acontece, vem a pergunta desesperada: “tem como recuperar meu dinheiro?”
Os golpes estão cada vez mais sofisticados. Não é só o velho truque do bilhete premiado ou do falso parente pedindo dinheiro pelo WhatsApp. Hoje, criminosos criam sites falsos, imitam vozes com inteligência artificial, clonam números de telefone e manipulam vítimas de maneiras que parecem saídas de filme.
E o pior: os golpistas agem rápido. Muitas vezes, no momento em que a vítima percebe o golpe, o dinheiro já foi transferido, sacado ou dividido entre várias contas.
Mas isso não significa que tudo está perdido…
A primeira coisa que se deve fazer ao perceber o golpe é agir imediatamente. Quanto mais tempo a, menores as chances de recuperar o valor. A depender do tipo de fraude, pode ser possível bloquear a transação, rastrear o dinheiro ou até mesmo responsabilizar terceiros que facilitaram o golpe, como bancos e plataformas de pagamento.
Casos envolvendo transferências via PIX, por exemplo, podem ser comunicados ao banco imediatamente para tentativa de bloqueio. Existe um mecanismo chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central, que permite reverter transações em alguns casos. Mas o tempo é crucial: se a vítima demora, o dinheiro simplesmente some pelo ralo do sistema financeiro.
Quando a devolução imediata não acontece, o caminho é recorrer à Justiça. Muitas vezes, não basta apenas localizar o criminoso (o que, convenhamos, é quase impossível). Mas há casos em que bancos, operadoras de cartão ou até sites que facilitaram a fraude podem ser responsabilizados por falha na segurança. E é aqui que a orientação de um advogado faz toda a diferença.
O maior erro das vítimas de golpes é acreditar que podem resolver tudo sozinhas. O golpe já foi bem planejado para que você fique sem saída.
Muitas pessoas tentam negociar diretamente com o banco, fazem boletim de ocorrência e esperam uma solução. Mas a verdade é que, sem um embasamento jurídico adequado, a maioria acaba ouvindo respostas vagas e promessas que não se concretizam.
Sim, dependendo do caso, é possível exigir ressarcimento, responsabilizar terceiros ou até mesmo garantir indenização pelos danos sofridos.
Além disso, processos bem fundamentados ajudam a reforçar a necessidade de medidas mais rígidas contra essas fraudes, pressionando instituições a melhorar a segurança e a proteção aos consumidores.
Golpes não acontecem só com quem é “desatento” ou “ingênuo”. A realidade é que os criminosos estão sempre um o à frente, desenvolvendo novas formas de enganar até mesmo as pessoas mais cuidadosas.

Se tem um conselho que vale para todos é este: fique esperto. Quem não caiu em um golpe ainda, é bem possível que um dia caia. O importante é saber como agir rapidamente e ter ao seu lado quem pode ajudar a minimizar os danos.
E, se isso acontecer, não tente resolver tudo sozinho. Procurar um advogado pode ser a diferença entre um prejuízo irreversível e uma solução concreta.
Por: Mayck Wilhan Fagundes
Advogado: OAB/SC 20.914
*Coluna ‘OAB em Destaque’, publicada no Jornal O Celeiro, Edição 1865 de 13 de fevereiro de 2025.