Mais uma Tentativa de suicídio

Às 19h00min de ontem, a Polícia Militar registrou ocorrência de tentativa de suicídio, na Avenida Caetano Belincanta Neto. No local os policiais militares constataram que um homem estava se suicidando através de enforcamento, mas foi flagrado por familiares, que conseguiram evitar a tragédia, mas o homem já estava desacordado. Os policiais militares perceberam que o homem de 31 anos ainda tinha sinais vitais e colaboram na reanimação do mesmo utilizando a reanimação cardiopulmonar, sendo obtido êxito. O Corpo de Bombeiros e SAMU foram acionados, mas o homem que já estava consciente se recusou a ser conduzido ao Hospital; sendo registrado o Boletim de Comunicação de ocorrência.

No ano ado as tentativas de suicídio cresceram número em Campos Novos, em reportagem escrita pelo jornal “O Celeiro” o número crescente de casos de suicídio tem causando espanto e preocupação em Campos Novos, profissionais da saúde relatam que os casos registrados apontam que os adolescentes são os que mais atentam contra a própria vida, sendo a maioria do sexo feminino. O Ministério da Saúde criou o disque 188 para ajudar pessoas que se vem em situações desesperadoras, o serviço oferece de modo gratuito apoio emocional.

Santa Catarina é um dos estados que mais recebem benefícios do governo federal para ações de prevenção ao suicídio em virtude dos índices elevados registrados na região. Entre 2010 e 2016 foram registrados 3867 óbitos em Santa Catarina. Os números atuais de Campos Novos e região da AMPLASC contribuem para que o estado e a região sul pontuem como os locais com as taxas mais preocupantes do país.

O que leva alguém a tirar a própria vida? O suicídio é um transtorno? Muitas dúvidas permeiam a mente sobre esse assunto. O coordenador do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS “Vida e Saúde”), Flavio Bittencourt, relata que não existe um transtorno específico do suicídio, mas que ele está inserido em pessoas acometidas por algum tipo de transtorno mental como a depressão que é a responsável pela maioria das tentativas de suicídio e/ou cometeram o suicídio, e situações mais específicas, como a dependência química e o alcoolismo. e as ações de risco suicídio são classificados em leve, moderada e grave.

As ações de risco para o suicídio podem ser leves, moderadas e graves. No caso de risco leve a pessoas sente o desejo de morrer, mas não tem planos de cometer, o caso moderado a pessoa tem o desejo e já planejou porém ainda não houve tentativas, e nos casos graves ela tem a intenção e um plano arquitetado e só precisa de uma oportunidade para praticar a ação, em ambos os casos família precisa ficar atenta e procurar ajuda ao serviço especializado.

A psicóloga que atende na rede básica de saúde de Campos Novos, Dayse Layanne Silva, explica que, independente da idade, há determinados momentos da vida em que a morte acaba sendo vista como a única saída para uma situação de sofrimento intolerável. “Normalmente, o suicídio é equacionado como a forma de acabar com uma dor emocional inável causada por variadíssimos problemas, sendo frequentemente considerado como um pedido de ajuda. As razões que levam o indivíduo a violar o instinto primário da sobrevivência são difíceis de compreender. O suicídio é, possivelmente, o ato mais perturbador e intrigante do ser humano”, afirma.

Este número crescente de suicídios não é exclusivo de Campos Novos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), suicidam-se, por dia, 3 mil pessoas. Uma a cada 40 segundos. E de cada pessoa que que se suicida, 20 ou mais cometem tentativas de suicídio. “Isso pode estar correlacionado com o estilo de vida que temos levado aonde há muita fragilidade emocional, frustrações, desarranjos familiares e dentre outros”, pondera Dayse. Atualmente a sociedade vive em um sistema de muitas cobranças por todos os lados, em casa, na escola, no trabalho. E as pessoas precisam corresponder às expectativas, em alguns casos muito altas, em que não há espaço para falhas. Alguns por falta de e emocional acabam se suprimindo dentro de si, até que chega o momento que o desespero a angustia é maior a que a esperança.

Os pais e as pessoas que convivem com uma pessoa que a por algum tipo de problema, seja psicopatológico ou não, precisa estar atento aos sinais. Desde pequena uma criança ou adolescente já demonstra comportamentos que dão indícios de que algo está errado, o buyling, por exemplo, tem afetado muitos jovens em idade escolar. O diálogo é de grande importância para manter uma boa saúde mental e prevenir o suicídio. Dayse também pontua a importância de esclarecer a população sobre os transtornos mentais e disponibilizar tratamentos eficazes, quanto mais as pessoas conhecem depressão, bipolaridade, esquizofrenia, e outros transtornos, maior a probabilidade de procurar atendimento se necessário.

Além do apoio emocional da família e amigos a rede básica de saúde é a porta de entrada para o atendimento das pessoas com transtornos mentais considerados na escala de risco leve. Também é oferecido o atendimento no Programa de Saúde Mental, para os transtornos mentais de risco moderado e, neste Centro de Atenção Psicossocial – CAPS “Vida e Saúde” são atendidas as pessoas acometidas por transtornos mentais de media a grave complexidade. O CAPS possui uma equipe multiprofissional qualificada para promover um tratamento que envolve terapias e oficinas terapêuticas que ajudam o paciente a recuperar a autoestima, a confiança e o equilíbrio para lidar com os nãos, com os erros e com as decepções tão comuns a existência humana.

Quem culpar?

A pesar de muitos se interrogarem e até se sentirem culpados, a psicóloga Dayse explica que não há ninguém culpado pelo ato suicida. “Depois de ocorrido o fato, os familiares sempre tentam apontar a complexidade desse comportamento, esclarecendo que ele nunca pode ser reduzido a explicações simplistas. Mais diante desse estigma, não devemos gastar nossas energias para querer saber de quem é a culpa, o melhor a fazer é consolar quem equivocadamente, se considera culpado”, afirma, explicando ainda que a culpa é uma forma de auto agressão, afetando fortemente o emocional da pessoa e prejudicando a qualidade de vida do indivíduo, talvez provocando uma sequência de atos desastrosos. Por meio da ajuda de amigos ou de profissionais as pessoas que perderam entes devem elaborar e entender o acontecido sem o peso da culpa.

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