Galpão Caipora Viu apresenta em Campos Novos relatos contados em forma de objetos e fotos, preservados ao longo da história.

Quem não conhece, com certeza já ouviu falar de Benito Zandoná e seu amor por Campos Novos. Um amor tão expressivo que ele resolveu preservar por meio de um Museu, que reúne a história de sua família e de tantas outras vidas que aqui nasceram ou por aqui aram e contribuíram para a formação cultural da nossa gente.
Aos fundos de sua casa na Rua Dom Daniel Hostin, no centro de Campos Novos, Benito nos revela um acervo de objetos e artefatos antigos e também recentes, grandes em volume e também em sentimentos, espalhados pelas paredes, pelo teto e ao chão.
O acervo de fotos conta com aproximadamente 12 mil imagens, a maioria digitalizada, que além de nos remeter às boas lembranças, também é fonte de pesquisa para escolas de Campos Novos e região.
Um verdadeiro legado, a coleção teve início com Benito e a ideia do Galpão foi de seu genro Rafael Fachin, mas foi seu pai Seu Nadir Fachin, quem construiu. “A iniciativa do Galpão foi em 2006, eu tinha muitos objetos guardados que pertenciam à minha família e o Rafael teve a ideia de fazer o galpão. Eu achei difícil devido à falta de carpinteiro, mas Seu Nadir contribuiu com a mão de obra e começamos a fazer. No início ia ser um espaço pequeno apenas para os objetos da família, mas com a reunião de amigos outras peças foram chegando e tivemos que ampliar. Recebemos a visita não só daqui de Campos Novos, mas de vários outros municípios, além das escolas que agendam para que os alunos venham e conheçam um pouco da história de Campos Novos contada pelos objetos e fotos que temos no Caipora Viu”.Visitas internacionais do Chile e da Alemanha também foram recebidas no museu. As fotos mais antigas datam de 1.910 e entre os objetos e artefatos o museu reúne chaveiros, relógios, facas, facões, sapatos, quadros antigos, serrotes, entre vários outros itens doados pela comunidade. E mais recentemente, o acervo recebeu os troncos da palmeira cortada em frente à Igreja Matriz São João Batista, que secou depois de 90 anos embelezando a paisagem no centro da cidade.
O futuro do Galpão Caipora Viu é promissor e há estudo para catalogar os itens expostos. Todo o acervo é mantido com amor e cuidado pela família Zandoná. Para Benito, a preservação da história mostra seu amor por Campos Novos e por sua gente. “Tudo que tem aqui conta uma história, retrata Campos Novos. Eu amo Campos Novos por isso eu preservo, é uma satisfação em contribuir e eu faço isso por amor. E o objeto mais antigo que eu tenho aqui é um relógio de parede que pertenceu ao meu bisavô, datado de 1.900”.
Com a repercussão do trabalho feito pela família, Benito Zandoná entende que seu compromisso em preservar a história aumenta a cada dia. Aos 57 anos de idade, nosso personagem não pensa em parar. “O Galpão recebeu o nome de Caipora Viu por causa do meu avô, que tinha esse ditado. Para qualquer ocasião ele falava “Caipora Viu”, então é uma homenagem que eu prestei a ele, esse trabalho também é minha vida e com a repercussão que tem, minha responsabilidade em preservar a história só aumenta”.
Palco do Encontro de Gaiteiros
Amantes também da tradição gaúcha, foi no Caipora Viu que foram realizados os primeiros Encontros de Gaiteiros, evento que neste ano de 2017 chega a sua 12ª edição. “Foi daqui que nasceu o Encontro de Gaiteiros. Em 2007 quando do casamento da filha com o Rafael eu trouxe o Adelar Bertussi e ele sugeriu que nós realizássemos esses eventos. Deu tão certo que ao longo dos anos o encontro foi crescendo e tivemos que procurar outros espaços para a realização”.Amantes também da tradição gaúcha, foi no Caipora Viu que foram realizados os primeiros Encontros de Gaiteiros, evento que neste ano de 2017 chega a sua 12ª edição. “Foi daqui que nasceu o Encontro de Gaiteiros. Em 2007 quando do casamento da filha com o Rafael eu trouxe o Adelar Bertussi e ele sugeriu que nós realizássemos esses eventos. Deu tão certo que ao longo dos anos o encontro foi crescendo e tivemos que procurar outros espaços para a realização”.
Hoje o Encontro de Gaiteiros é realizado no Centro de Eventos Galpão Crioulo, com incentivo financeiro do município e patrocínio de empresas. Para a edição deste ano, a intenção é promover o evento em mais de um dia no mês de setembro, durante a Semana Farroupilha, com produção do Instituto Humaniza e patrocínio a ser confirmado pela Enercan, mais apoio da prefeitura, com a confirmação de participação de Pedro Ortaça.
*Reportagem Publicada no Jornal “O Celeiro”, Edição 1489 de 27 de Julho de 2017.