Comunicador de rádio já escreveu mais de mil composições e realiza pesquisa de artistas catarinenses, propondo a criação do Dia do Poeta Catarinense.

Um apaixonado pela música de raiz, o comunicador de rádio Leonel Fagundes tem 39 livretos com mil composições de sua autoria, algumas já gravadas por artistas como Luiz Becker e Nelson Calai.
Uma história que começou em 1963, quando Leonel escreveu suas primeiras composições. “Meu trabalho de composição eu comecei no dia 22 de novembro de 1963, escrevendo Gauchinho Campeiro, que foi gravada recentemente por Luiz Becker e Fabricio Becker, que mudou o nome da música para Não sou de mandar recado. Foi gravada juntamente com a música Campos Novos e sua gente, também de minha autoria, de 1972, uma composição que lembra a colheita de uma safra recorde de trigo, quando o município foi considerado a Capital do Trigo em Santa Catarina. Eu fiz a letra, editei e o Luiz Becker gravou”.
No ano ado, Leonel teve a oportunidade de expor suas composições durante o Festival Literário e Cultural Camponovense – FLICAM.
No Rádio, Leonel Fagundes começou em 1976 em Capinzal, ando pela Rádio Cultura de Campos Novos e há 10 anos é voluntário na 104.9 FM. Na comunicação, o compositor sempre desenvolveu um trabalho de pesquisa sobre as músicas tocadas no rádio, além de dar espaço para os artistas da terra. “Eu trago junto com a música, a divulgação do nome do intérprete, dos autores da composição, do poeta que compôs, porque eu valorizo muito quem compõe. Hoje, além disso, informo a data da primeira gravação da música e quem gravou. Eu abro a oportunidade para os artistas da terra e trago sempre as informações que valorizem a música raiz”.
Em sua trajetória de ligação com a música, Leonel procurou se aprofundar em pesquisas sobre compositores e poetas da música raiz e recentemente escreveu o seu livro de número 40, documentando as composições de Zé Paioça. Fernando Bortolon, o Zé Paioça, é natural de Tangará/SC, nasceu em 29 de junho de 1933 e morreu em Curitiba/PR, onde viveu boa parte de sua vida e se dedicou à música, ao rádio e ao teatro.
Leonel Fagundes também faz referência em suas pesquisas a Pedro Raimundo, natural de Imaruí/SC, compositor, cantor e instrumentista, que nasceu na mesma data, mas em 1906. O objetivo não é ter lucro com este trabalho, mas sim, ver reconhecido estes artistas, relatou Leonel. “O Rio Grande do Sul, criou por meio da Assembleia Legislativa, o Dia do Poeta Repentista Gaúcho, homenageando os saudosos Teixeirinha e Gildo de Freitas, que morreram no mesmo dia em anos diferentes, em 04 de dezembro de 1982 e 1985, respectivamente. Aí buscando a história de Raimundo, foi o primeiro artista do Sul do Brasil a gravar músicas e abriu as portas para os demais com a Musica Adeus Mariana e mais aquele chorinho que se chama Tico-tico no terreiro. Então considerando esta homenagem que Rio do Sul fez, acho que seria justo também que Santa Catarina tivesse o Dia do Poeta Catarinense, em homenagem a esses dois talentos, Zé Paioça e Pedro Raimundo que nasceram o mesmo dia em anos diferentes, 29 de junho, um em 1933 e outro em 1906”.
Para tanto, Leonel Fagundes, espera contar com o apoio da Câmara de Vereadores de Campos Novos, no sentido de encaminhar esta sugestão à Assembleia Legislativa de Santa Catarina, para que crie por meio de lei o “Dia do Poeta Catarinense”.
*Reportagem publicada no jornal “O Celeiro”, Edição 1485 de 29 de junho de 2017.